Produtos de Madeira são solução para a crise climática
Renascimento da madeira na indústria da construção
17 de março, 2025
A construção civil é um dos setores da indústria com um impacto significativo no meio ambiente. Para enfrentar a crise climática, é essencial implementar mudanças profundas. Os cientistas procuram constantemente novas soluções para lidar com desafios como o elevado consumo energético, que resulta em altas emissões de gases com efeito de estufa produzidas pela construção.
Com a industrialização, o betão e o aço tornaram-se as principais matérias-primas da construção civil, substituindo a madeira. No entanto, estes materiais apresentam várias desvantagens. Apesar do contínuo avanço tecnológico na produção de betão, a maior parte deste material ainda é fabricada através de métodos tradicionais que geram uma elevada poluição. Estima-se que esse processo seja responsável por cerca de 4% a 8% das emissões globais de gases com efeito de estufa. Assim, para tornar o betão mais ecológico, têm sido estudadas alterações na sua composição e no seu método de fabrico. Paralelamente, a procura por materiais alternativos tem vindo a crescer.
É neste contexto que a madeira está a viver um verdadeiro renascimento como material de construção. Cada vez mais cientistas acreditam que a madeira deverá desempenhar um papel central no futuro da construção. Graças ao desenvolvimento tecnológico, pode ser utilizada tanto como material único como em combinação com betão ecológico e moderno.
No entanto, o uso generalizado da madeira apresenta vantagens e riscos. Por isso, é fundamental que a sua utilização seja feita de forma consciente. A extração de madeira implica o abate de árvores, ou seja, o desflorestamento – uma das principais causas da crise climática global. Para minimizar o impacto ambiental da obtenção desta matéria-prima, é essencial um planeamento adequado. O replantio de árvores deve ser uma ação prioritária sempre que ocorre o corte, garantindo que não há um saldo negativo na cobertura florestal. Além disso, o plantio deve ser feito de forma regular para evitar períodos em que as novas florestas sejam demasiado jovens para absorver a mesma quantidade de dióxido de carbono que as árvores antigas removidas.
A escolha das áreas de exploração florestal também é crucial. O abate de florestas primárias, como a Amazónia, deve ser evitado. Em vez disso, devem ser privilegiadas florestas secundárias, que já foram exploradas no passado e regeneraram naturalmente. Este tipo de floresta é comum em países europeus, como a Alemanha. Ao optar por essas áreas, evitamos a destruição irreversível de ecossistemas virgens. Assim, uma gestão florestal responsável, aliada ao replantio contínuo, é essencial para que a madeira possa ser considerada um material de construção sustentável.
Quando se fala em edifícios de madeira, muitas pessoas imaginam imagens de livros de história ou pequenas cabanas nas montanhas. No entanto, a realidade é bem diferente. A evolução tecnológica permitiu expandir as aplicações da madeira, tornando-a um material versátil e adequado até para grandes construções urbanas. O crescimento do número de casas de madeira nos arredores das grandes cidades comprova esta tendência.
A combinação de um planeamento florestal responsável com o uso crescente da madeira na construção poderá ajudar a reduzir o impacto ambiental da indústria da construção. Isto acontece porque a produção deste material polui muito menos do que a do betão e do aço, e a madeira, sendo um recurso natural, pode ser obtida sem causar danos significativos ao meio ambiente, desde que gerida de forma sustentável.
Em várias partes do mundo, estão a surgir edifícios construídos com madeira de origem ecológica. Especialistas consideram-nos verdadeiras obras de arte, autênticos “faróis” que iluminam o futuro da construção sustentável. Com o aumento da consciência ambiental da sociedade, espera-se que soluções ecológicas passem a ser adotadas de forma mais ampla. Para além do desenvolvimento de novos materiais à base de madeira, será igualmente importante continuar a inovar na produção de matérias-primas, de forma a reduzir o seu impacto ambiental e a garantir uma construção mais sustentável no futuro.